Decidida

Ela se levantou, a cama com os lençóis bagunçados, os cabelos colados ao rosto, lágrimas se espalhavam por sua face.

A noite mal dormida refletia em seus  olhos, ainda marejados. Seu corpo estava dolorido, ainda vestido com a roupa que chegara. Sentia que não haviam forças em seu corpo que pudessem faze-la tomar outro rumo, se não ao que já conhecia, o afago da sua cama, a companhia que se seguira durante horas, dias, ali ela era somente ela, sem mascaras, sem a postura altiva,  sem o orgulho. Ali era somente a garota frágil e não a mulher forte.

A posição que ocupara, a obrigação, o papel, no seu teatro da vida a cansava, quem ela queria para consola-la, a deixara. Seu quase amante, como se denominavam, o adeus latente em sua alma, presente no seu coração quebrado, ela só queria poder ama-lo.

No corpo as roupas da noite anterior, a sensualidade do seu corpo, a malícia do seu sorriso ,a inocência do seu olhar, o brilho do seu sorriso, os atrativos que o conquistaram, já não eram suas armas, já não os desejava, já não eram suficientes, para que ter homens, se o que ela desejava, simplesmente voava?



Com o coração partido ela passava pelos dias e os dias por ela. Trabalhar era a sua saida, seu escape, já não tinha mais aquele colo que a fazia sentir protegida, já não tinha aquelas palavras carinhosas e duras, que a faziam flutuar e enxergar a realidade. Já não encontrava um motivo.

Ela afundava, deprimida ela procurava um socorro e naquela manhã, depois de tantas lágrimas derramadas ela o encontrara, lutaria.

Usaria seu sorriso, usaria seu olhar e além de seu corpo ela usaria a alma. Cantaria aos seus ouvidos, se despiria do seu orgulho  e lhe diria o quanto ainda o ama.