quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lamentações

O que ela mais deseja naquele momento, era um abraço teu, algo com o que ela pudesse lidar, algo concreto, algo viceral, algo além do costumeiro, do normal. Sentada em sua cama, apegada as poucas lembranças que tinha, chorava tua ausência, a esmagadora saudade e com fé de que um dia aquelas promessas seriam cumpridas.
Ela queria um beijo teu, sentir teu gosto, poder tocar teus lábios, poder sentir o calor da tua boca, poder perceber a verdade, imaginava isso, sonhava com isso todas as noites, a cada lágrima que banhava seu rosto, a cada anoitecer, era o que ela mais queria.
Mas então, o que era verdade se fez presente a sua volta. Ela, percebeu a solidão, percebeu que nada mais restava, percebeu que só haviam as lembranças de algo que nunca aconteceu, aquele abraço desejado, aquele beijo nunca dado, as promessas pífias de amor.
Percebeu que nada mais restara a ela, do que aquela simples e inútil sensação de saudade, de algo que de fato nunca existira.
Mais uma vez se sentiu só, mais uma vez se sentiu abandonada, enganada e iludida.
Resolveu então, que dali por diante, nunca mais seria um brinquedo, decidiu que se vingaria e firmou-se na sua opção, de ser a caçadora, não a caça.
Em seu quarto, embalada pela musica penetrante que pairava, o perfume adocicado de sua pele, debruçada sobre a cama, com papeis espalhados por toda a sua extensão, ela planejou, pensara em tudo, aquele seria o dia.
Estava frio, ainda era inicio de primavera, vestia um casaco até a altura dos joelhos, uma calça jeans apertada, que exibia a musculatura de sua perna, botas, de salto mínimo, cabelos soltos. Fumava um cigarro, parada no ponto de encontro, o lugar marcado.
No entanto, se sentia oprimida, aquilo não era ela, ela nunca brincaria de amor, fraca, se rendeu. Percebeu que nunca haveria troco, que jamais poderia fazer com ele, o que ele, havia feito com ela. Então esperou, por horas, mas nada, nem sequer  uma ligação. Novamente se sentiu afundar, e por tua causa ela então amaldiçoou o amor.
Naquela noite ela percebeu o quanto amava e que nunca poderia existir sem o teu amor, mesmo que este fosse falso, dissimulado e mentiroso...
Então lamentou, o dia em que acreditou na suas falsas promessas, mais ainda as guarda, com esperança, de qu um dia venha até ela.

0 comentários:

Postar um comentário